A Educação Familiar e Escolar como Instrumento Eficaz no Combate à Corrupção
13:15A escola e a família são duas das principais instituições responsáveis pela constituição moral e ética das pessoas, razão pela qual se revestem de peculiar importância no contexto do nosso país, onde a falta de honestidade e probidade impera nos diversos setores da sociedade, implicando em numerosos casos de corrupção.
Diariamente,
os meios de comunicação veiculam notícias relacionadas a pessoas que utilizaram
os seus cargos para se beneficiarem. A recorrência desses casos indica que não
se trata de fatos isolados, pontuais, mas de um comportamento abominável que
está presente em todas as esferas da sociedade, desde as funções subalternas
até os postos de alto escalão, contaminando todos os Poderes da República
(Executivo, Legislativo e Judiciário) e se alastrando por todos os órgãos e
instituições, sejam eles políticos ou civis.
Verifica-se,
pois, que condutas desonestas estão embutidas no espírito de uma parte
considerável dos brasileiros, os quais se apropriam de qualquer oportunidade
para obter vantagens ilícitas, sem se importar com o prejuízo que causa aos
outros, retirando recursos que seriam destinados à saúde e à educação, por
exemplo, para utilizar em projetos particulares.
Diante
da gravidade e extensão do problema, faz-se necessário a atuação conjunta de
instituições que estão presentes na vida das pessoas desde os seus primeiros
anos de vida, tendo em vista que os valores mais caros a uma sociedade devem
ser incorporados aos indivíduos logo no início de suas existências, de modo
que, com o evolver da idade, haja a conscientização de que práticas desonestas
são altamente nocivas ao meio social em que eles estão inseridos, fortalecendo,
por conseguinte, o sentimento de que a probidade e a retidão são elementos
benéficos para o bom funcionamento da sociedade, trazendo vantagens a todos, e
não apenas a um pequeno grupo.
Por
isso, a escola e a família, instituições que acompanham as pessoas desde o
início de suas vidas, são fundamentais no processo de construção de uma
sociedade composta por pessoas que pensam coletivamente, que não utilizam os
seus cargos públicos para realizarem conchavos, barganhas, com interesse no
sucesso privado em detrimento do bem-estar de todas as pessoas.
Dispõe
a Constituição Federal de 1988, no art. 205, sob o título “Da Ordem Social”,
que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”.
Extrai-se
do texto constitucional que a educação constitui direito de todos, sendo
obrigatória a sua prestação pela família e pelo Estado, com o auxílio da
sociedade, declarando, em seguida, entre os seus objetivos, o pleno
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.
Conclui-se,
portanto, que a educação oferecida pelo Estado e pela família não deve se
restringir à transmissão de conhecimentos científicos, aprendizado das normas
cultas da língua etc, mas inclui-se, também, entre as suas finalidades, a
difusão de valores éticos e morais, para o pleno desenvolvimento humano, abrangendo
uma formação que conduza os indivíduos à honestidade, principalmente quando
ocuparem cargos públicos, os quais demandam responsabilidade e respeito ao que
pertence ao povo.
Assim,
deve-se construir em nosso país, com atuação da escola e da família, uma
consciência coletiva que não tolere práticas incompatíveis com a probidade,
tendo em vista que a corrupção, por sua natureza, é individualista e egoísta, pois
coloca os interesses de determinadas pessoas ou grupos acima do bem-estar
geral, atraindo, por conseguinte, para toda a sociedade, injustiças,
desigualdades e a falta ou a má prestação de serviços.
Considerando-se
que a corrupção é uma conduta arraigada no seio da sociedade brasileira,
somente a intervenção de instituições sólidas, como a escola e a família, será
capaz de erigir um país divorciado de condutas maléficas à coletividade,
formando cidadãos cada vez mais preocupados em cultivar comportamentos idôneos,
que não atentem contra bens e serviços destinados e pertencentes ao povo.
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