Este é o ano que o Papa Francisco nos propõe algo, a priori muito lindo de se imaginar, viver, falar, algo de inestimável exigência para qualquer ser por mais santo que uma venha a ser, este algo é a misericórdia. Há a exigência de ter atitude, ser incisivo, flexível, humilde, orante e fiel a Deus. Não basta apenas dizer, é preciso ser misericordioso, não basta apenas orientar à perdoar, é preciso perdoar sempre e mostrar que este caminho é o que nos leva a felicidade.
Ser livre para muitos ou todos é um grande sinal de felicidade, e quem perdoa é livre. Livre de que? Livre de doenças do espírito e do corpo. É livre dos apegos, livres da vida inquieta sem razão. O sono profundo e em paz se torna muito mais fácil a quem perdoa. As amizades são numerosas, a lealdade que precisamos para confiar em alguém se dá num banquete entre aqueles que nós amamos e entre os que nos amam, porque a capacidade de perdoar é no máximo, o passaporte para uma viagem direta a um encontro com a misericórdia de Deus.
"Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado".  (Papa Francisco, 2015)
A Misericórdia de Deus precisa ser incentivada por todos e, não só incentivada como também precisa ser vivida. Pensem um pouquinho na consequência dessa nobre atitude. Chegando ao coração e por ação teremos um mundo justo, fraterno e em paz. Chega de tanta “paulada” na cabeça de quem erra, no ser de quem não tem a graça de ter uma vida mais adequada, muitas vezes por opção do sistema, outras vezes por opção mentalizada, infundida, inserida, muitas vezes por que quem está ao seu lado foi simplesmente treinado ou criado assim  como ele é. Os problemas de hoje são frutos de problemas criados e deixados como herança de nossos antepassados.
As patologias, a falta de moral, as faltas de condições financeiras, os propósitos governamentais em busca da realização ideológica, tudo que tem arruinado a humanidade é um mal que pode ser reavaliado a partir do acreditar que EU posso ser melhor com o meu irmão. Quando a crença de que a misericórdia penetra o nosso coração, o NÓS se torna uma realidade muito mais harmônico. Para que o NÓS tenha sintonia dos indivíduos, o Eu precisa está em profunda abertura para o novo cheio de paz, amor, e em fim a felicidade que todos perseguem por caminhos enganosos.
"Há momentos em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai. Foi por isso que proclamei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia como tempo favorável para a Igreja, a fim de se tornar mais forte e eficaz o testemunho dos crentes".  (Papa Francisco, 2015)

O Papa dirigiu em especial este ano aos cristãos, mas o convite é para todos que precisam se reencontrar com Deus, a todos que precisam reencontrar-se, mudar pensamentos, mudar atitudes. O pobre e o rico com a misericórdia de Deus são iguais. O rico sem a misericórdia é infinitamente miserável, ao contrário do pobre que, sendo desprivilegiados de bens abundantes, mas tendo ele a abundancia da misericórdia de Deus, ele o é rico infinitamente. É bom que fique aqui ressaltado que a misericórdia não é mágica do perdão fácil, mas sim a busca árdua contemplando a bondade de Deus conosco e com os outros. Ser intolerante ou ser sereno se torna aqui a opção de quem você quer ser, miserável ou misericordioso. Por isso o caminho da felicidade deve está presente na Misericórdia do SER BONDOSO, JUSTO, ETERNO e SÁBIO, e tais coisas podem ser adquirida por nós pela via da serenidade  e misericórdia de Deus.

Por Gilvan Rosa.